Confusão, notícia falsa e manipulação dos fatos - Bolsonaro recebeu 18,4 milhões para proteger Temer e atacar o PT.
Uma grande confusão causada pela Reuters, após ler de forma equivocada os gráficos do Siga Brasil, ferramenta desenvolvida pelo Senado que dá acesso aos dados do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi), acabou colocando o Jair Bolsonaro em uma falsa posição de “comprado” pelo Presidente Temer.
Para entender toda essa confusão, que acusa falsamente Jair Bolsonaro de ter recebido 18,4 milhões para apoiar o presidente Temer, é preciso entender algumas coisas:
Como esclarecido na matéria do Verdade Absoluta, “Deputados irão receber 6 milhões para votar a reforma da Presidência”, o presidente Michel Temer acelerou a liberação de verbas para pagar emendas e projetos de deputados que se comprometeram a votar a favor da reforma da Previdência.
Esse dinheiro, liberado pela presidência, é legal e necessário. Todo parlamentar tem direito a receber uma verba para bancar obras e projetos em seus redutos eleitorais. O deputado cria um projeto, decide custear uma obra, apresenta na Câmara e, se aprovado, ele recebe a verba para executá-lo.
Esse dinheiro é para os custos das emendas e projetos, não pertence, portanto, a nenhum parlamentar, salvo se, de forma ilícita, o parlamentar for safado e desviar parte desse dinheiro através de fraudes.
Pois bem, o presidente da república tem até o final do ano para liberar as verbas aprovadas. Malandramente, Temer decidiu que vai liberar esse dinheiro primeiro para quem o apoiar nas reformas trabalhista e previdenciária, ficando quem não o apoiar, no final da fila.
Foi consultando as verbas a serem liberadas no mês de Julho, e as interpretando de forma errada, que a Reuters cometeu uma série de equívocos que foram aproveitados por sites, como 247 Brasil, para soltar desinformações e falsas interpretações. Dentre elas, a que informa, falsamente, que o deputado recebeu 18,4 milhões para apoiar o Temer.
O primeiro equívoco cometido pela Reuters foi colocar a verba destinada para ser dividida entre os parlamentares, em julho de 2017, como sendo de 4,2 bilhões, quando na verdade o repasse é de apenas R$ 529 milhões.
O segundo equívoco, o que colocou Bolsonaro no meio dessa confusão, foi ter dito que ele recebeu 18,4 milhões, ficando como o parlamentar que mais recebeu dinheiro para emendas e projetos nesse ano de 2017. O que não é verdade. Bolsonaro recebeu apenas 5,4 milhões no ano de 2017.
Na lista dos parlamentares mais bem agraciados com recursos neste ano, consta o ex-chanceler e senador José Serra (PSDB-SP), com 9,6 milhões de reais, seguido pela senadora Marta Suplicy (PMDB-SP), com 9,4 milhões de reais.
Depois de ter visto a confusão que fez, a Reuters publicou a correção (leia aqui), mas já era tarde demais. Sites contra a direita e odiadores de Bolsonaro começaram a espalhar a notícia falsa.
Pior, a notícia falsa deixou a entender, principalmente para a grande massa popular que só lê manchetes, que esse dinheiro foi dado para o deputado proteger Temer e atacar o PT, quando na verdade o dinheiro não é para o deputado colocar no próprio bolso e sim para que possa executar os seus projetos aprovados pela câmara.
Um detalhe interessante: Jair Bolsonaro de fato recebeu 18,6 milhões, mas no acumulado de 3 anos. Ou seja 1,2 milhões em 2015, 12 milhões em 2016 e 5,4 milhões em 2017 (até o momento).
Como foi que a Reuters cometeu o erro - Ao consultar o Painel de execução de emendas do site Siga Brasil (pertencente ao Senado), o repórter da Reuters não percebeu que é preciso clicar no ano a ser consultado, se não for feito esse clique, o resultado que aparece é o acumulado dos anos 2015, 2016 e 2017. Confira aqui.
Em um vídeo, Bolsonaro esclareceu que o seu direito a verba é destinado aos hospitais das Forças Armadas e que não compactua com esquemas de corrupções.
Concluindo: É falsa a informação que Jair Bolsonaro recebeu R$ 18,4 milhões para apoiar o Presidente Temer. Esse valor é o que parlamentar recebeu nos últimos 3 anos, sendo parte pago DURANTE O governo Dilma.
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