Não é boato: carne brasileira com abscesso é proibida nos EUA.
Circula no WhatsApp um vídeo mostrando uma peça de carne bovina contendo um abcesso, que seria o resultado de uma reação vacinal e motivo do embargo da carne brasileira vendida para os EUA.
O vídeo é real e realmente o secretário de Agricultura dos Estados Unidos, Sonny Perdue, anunciou na quinta-feira (22/06/2017) a suspensão da carne brasileira devido à má qualidade do produto vendido a seu país.
A suspensão da venda de carne brasileira com pus para os EUA é um duro golpe ao Brasil, que somente conseguiu autorização para a venda do produto ao mercado americano no final de junho do ano passado, após mais de 17 anos de negociações.
Por que os EUA proibiram a importação da carne brasileira?
O Departamento de Agricultura americano (USDA) testa 100% da carne brasileira, desde que se iniciou a comercialização e, nesses testes, cerca de 11% da carne brasileira foi rejeitada. Número bem acima do 1% da taxa de rejeição apresentada pelas carnes vindas de outras partes do mundo.
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Boa parte dos motivos da rejeição da carne brasileira é a presença de abcessos (pequenas bolhas de pus que se a acumulam em partes do corpo). Existem muitas causas que levam o corpo bovino a desenvolver abcessos, no caso da carne com pus barrada nos EUA, o motivo foi uma reação a vacina de combate à febre aftosa.
De acordo com o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadores de Carnes (Abiec), Antonio Jorge Camardelli, em entrevista à GloboNews, existem dois tipos de abcessos de origem vacinal. Um é visível a olho nu, que são retirados pela inspeção. O outro tipo se localiza na parte interna da carne, e são visíveis somente quando há o corte e foram detectados pela inspeção americana, que acharam por bem cancelar a compra da carne brasileira.
Segundo Roberto de Oliveira Roça, veterinário e professor da área de Tecnologia dos Produtos de Origem Animal da Unesp de Botucatu, no caso da contaminação, ela pode acontecer porque não foi feita a higienização adequada dos materiais na hora da vacinação, levando bactérias do ambiente para dentro do animal e causando essa infecção. O professor conta que fez um estudo no Mato Grosso e detectou que a maior parte dos problemas é causada pelo manejo inadequado das vacinas. Mas, mesmo com uma higienização adequada, pode ocorrer uma reação vacinal, sendo normal. Nesses casos, ele some depois de um tempo. Por causa disso, é preciso respeitar um prazo para abater o animal após a vacinação.
Embora a carne contendo abcessos não é toda perdida, desde que se remova a parte que o contém (comer a parte com o pus pode causar infecção, dependendo do micro-organismo contido nela), a USDA achou por bem impedir a importação, afinal, eles são bem rigorosos na questão sanitária e estão com razão.
Concluindo: É verdade que o governo americano suspendeu a compra da carne brasileira devido a presença de abcessos ou pus.
A suspensão será mantida até que o governo brasileiro tome as medidas corretivas que a USDA ache satisfatória.
A suspensão será mantida até que o governo brasileiro tome as medidas corretivas que a USDA ache satisfatória.
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