Será verdade que o Brasil usou falso cadeirante para carregar a tocha olímpica?
A polêmica que gerou muitos comentários maldosos e repulsas ao Comitê Olímpico Brasileiro, aconteceu no dia 04/05/2016 quando um cadeirante que conduzia a tocha olímpica na cidade de Anápolis Goiás, tentou fazer uma manobra para que a cedeira ficasse em apenas uma roda, mas acabou se enroscando no cinto de segurança e tombou da cadeira. Ao tombar ficou nítido que o rapaz não era paraplégico e possuía habilidades motoras nas pernas.
Diante desse inusitado acidente , muitas pessoas, inclusive deficientes físicos, começaram a replicar o vídeo - que pode ser visto logo abaixo-, juntamente com comentários depreciativos, acusando o COB de ter armado uma farsa com um falso cadeirante na condução da tocha olímpica.
Mas será mesmo que o Brasil usou um falso cadeirante para carregar a tocha olímpica?
A resposta dessa pergunta depende muito do ponto de vista: João Paulo Nascimento, o condutor da tocha Olímpica, não é cadeirante, mas é atleta paraolímpico de basquete porque possui uma deformidade chamada de "geno valgo" ou joelho valgo", que é um posicionamento incorreto dos joelhos fazendo com que eles sejam voltados para dentro, conferindo às pernas um formato em “X”.
Na modalidade de basquete paraolímpico, os atletas possuem limitações motoras e todos devem ficar presos na cadeira de rodas especialmente desenvolvida para o esporte.
É interessante destacar, que devido a grande variedade de limitação motora dos atletas paraolímpicos de basquete, eles recebem uma classificação de acordo com seu grau de limitação físico-motor. Uma escala, de 1 a 4.5, vai categorizar a situação de cada participante – quanto maior a deficiência, menor a pontuação. Ao todo, a pontuação máxima em quadra não pode ultrapassar 14.
Durante o seu dia-a-dia João não usa a cadeira em tempo integral, somente em algumas situações e quando joga basquete. Devido a grande repercussão do episódio, João Paulo postou em sua página do Facebook, um esclarecido e um pedido de compreensão pela sua condição e claro, um pedido para pararem de ficarem xingando ele nas redes sociais
Concluindo: Brasil usou falso cadeirante para carregar a tocha olímpica? Não, na verdade foi usado um representante do basquete paraolímpico em sua cadeira de rodas de uso obrigatório para a modalidade.
O atleta tem todo o direito de carregar a tocha e representar a sua modalidade esportiva e todos os deficientes que superam suas limitações e praticam esportes.
Devemos julgar menos e somente diante de fatos concretos e certezas do que estamos falando: João Paulo Nascimento não merece ser xingado. Merece ser aplaudido!
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