Verdade: Verme do peixe cru, Sushi, sashimi

Circula nas redes sociais , um alerta sobre o verme do peixe cru que pode estar presente em comidas japonesas como o sushi e o sashimi. Infelizmente desta vez o alerta é verdadeiro e inclusive tivemos no Brasil um pequeno surto de contaminação pelo verme que fez com que um alerta fosse emitido pela ANVISA.


Texto do alerta postado no Facebook falando sobre o verme do peixe cru:


««" Um chinês apaixonado por sashimi – o famoso peixe cru japonês – ficou com o corpo absolutamente tomado por larvas depois de tanto ingerir sua comida predileta. Com dores no estômago e coceira na pele, o homem resolveu procurar atendimento médico, e as radiografias revelaram por que ele se sentia tão mal.


Segundo a equipe médica, o homem sofreu essa enorme infestação de larvas porque consumiu muito peixe cru contaminado com vermes da espécie Diphyllobothrium latum, pertencentes à classe Cestoda. Esse grupo também engloba a tênia (ou “solitária”), que causa a cisticercose.


O peixe se contamina ao ingerir os ovos do D. latum, que depois vai liberar as larvas em seu intestino. Os vermes conseguem perfurar a parede do órgão e se hospedam na carne do peixe. Como o sashimi não é cozido, as larvas são transmitidas à pessoa que consumir o alimento.


Quando um ser humano é infectado, a larva vai dar origem a um verme adulto de até 15 metros de comprimento, o qual se instala no intestino da pessoa e passa a liberar seus próprios ovos. Novamente, os ovos vão dar origem a larvas, que podem infectar e comer outras partes do organismo, como fígado, olhos, coração e cérebro."»» (sic)


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A verdade sobre o Verme do Peixe cru:


O alerta sobre a existência e perigos do verme do peixe cru possui alguns exageros mas é verdadeiro. O  nome da infecção é Difilobotríase e se dá pela ingestão de carne de peixe mal cozida ou cru que esteja contaminada pelo parasita Diphyllobothrium latum.


Em março de 2004 até março de 2005, foram registrados 27 casos da difilobotríase na cidade de São Paulo, e levando a ANVISA a emitir um alerta e recomendações referentes a casos de Difilobotríase onde foi explicado como proceder para evitar a contaminação e explicado todo o processo do ciclo do parasita assim como os sintomas que ele causa ao homem infectado.


Basicamente o ciclo se dá da seguinte forma. O homem libera na água, fezes infectadas com o parasita que é consumido por pequenos peixes que são consumidos pelos peixes maiores, que são novamente consumidos cru ou mal cozidos pelo homem.



A foto da radiografia com o corpo cheio de Vermes do Peixe cru:


Na verdade essa radiografia pertence a uma infestação de larvas causada pelo excesso de consumo de carne de porco crua, chamada de cisticercose: Os pequenos pontos são chamados de "cistos calcificados", como pode ser visto no British Medical Journal. Para saber mais sobre a Cisticercose clique aqui.



Sintomas de contaminação pelo verme do peixe cru no homem:


Os sinais e sintomas são variáveis, de acordo com o desenvolvimento atingido pelo parasita no homem. A maioria dos casos apresenta-se de forma assintomática, entretanto, podem ocorrer distensão abdominal, flatulência, cólica abdominal intermitente, emagrecimento e diarréia, sendo uma complicação importante a anemia grave.


Esta infecção pode levar à deficiência de vitamina B12 e, em conseqüência, à anemia perniciosa (megaloblástica); os indivíduos com deficiência de B12 e anemia podem apresentar fadiga e confusão.


Ao contrário do que diz o alerta, o parasita não consome os órgãos como o fígado, olhos, coração e cérebros humanos.




Como tratar a infecção pelo verme do peixe cru:


É de suma importância que seja feita uma analise clínica e laboratorial por médicos de um posto de saúde ou clinica médica, sendo desaconselhada a auto medicação. O tratamento é feito com a substância praziquantel, em dose única. A recomendação do médico é que seja feito também um hemograma para verificar se há anemia e, se for o caso, tratá-la.


Prevenção:


A ANVISA recomenda que os peixes sejam congelados antes do consumo em pelo menos -20ºC (menos vinte centígrados) por um período mínimo de 7 dias ou menos -35ºC (menos trinta e cinco centígrados) por um período de no mínimo 15 horas, condição suficiente para matar o transmissor.


Os pescados submetidos à cocção (cozido, frito ou assado) não trazem risco para o consumidor.


Embora o salmão seja a espécie mais comum de transmissão do Diphyllobothrium spp., não é a única, é a única, sendo já detectado em trutas, em algumas espécies de anchovas, corvinas e outros peixes de água fria.


Resumindo: Embora tenha ocorrido um peno surto de contaminação do verme do peixe cru em 2004/2005 com cerca de 27 casos na cidade de São Paulo, a contaminação é bastante rara, visto que o salmão consumido no Brasil é em sua maioria importado e vem congelado.


Ao consumir peixe cru em restaurantes, é preciso se certificar que o mesmo tenha sido previamente congelado por mais de 24 horas. Normalmente os restaurantes estão cientes desse problema e claro, seguem as regras dadas pela ANVISA. Mas não custa nada perguntar.


O controle da parasitose é praticamente impossível, razão pela qual as ações preventivas em diversos países (União Européia, Estados Unidos da América, Japão e Noruega, entre outros) resumem-se a alterações nos hábitos de preparo para o consumo, como a obrigatoriedade do congelamento por determinado período, do peixe que será consumido cru ou mal cozido;


No pescado fresco, a inspeção é feita através da avaliação do aspecto visual, odor e consistência.


Lembrando que a contaminação por peixe cru não leva ao quadro de cistos calcificados apresentado na radiografia e tão pouco ao quadro de sintomas apresentado no Hoax. Esses são causados por Cisticercose.


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1 Comentários

  1. è um grande alerta para quem come a comida japonesa e que também vale para todos que viajam para o Japão e apreciam esta comida e não sabendo que a verme de peixe.

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